Mais de 1 milhão sem transporte em Porto Alegre. Qual umbigo é o mais importante?


Analisando a greve dos rodoviários em Porto Alegre sob o olhar dos mais de um milhão de usuários prejudicados com a falta da prestação do serviço (que não é nenhum favor para a população que paga pelo transporte) fico me perguntando: qual o umbigo é mais importante. O do povo totalmente prejudicado e indefeso ou da categoria reclamante...

Por enquanto, o único umbigo que prevalece é o dos trabalhadores das empresas de transporte (veja bem, nada contra ninguém ou seus interesses enquanto categoria profissional), mas vamos combinar, alguém está lembrando dos usuários de uma forma objetiva?

Não, nem a Justiça do Trabalho que ao invés de garantir o direito de ir e vir das pessoas neste caso, se mostra aparentemente inoperante numa solução, e em meio aos caprichos políticos das lideranças envolvidas com a greve - e vamos convir, rivais de siglas partidárias  que não se entendem. 

Com uma temperatura de quase 40 graus, milhares de pessoas a procura de transporte, se aglomerando nas paradas de ônibus, se espremendo dentro de lotações ou conduções clandestinas e o pior, correndo risco de vida, pagando mais do que poderiam, isto, quando conseguem o deslocamento. Se tornaram literalmente reféns da situação, simplesmente para ir ao trabalho. 

É aviltante se ver nas ruas, aposentados e pensionistas (a maioria carentes) na busca por uma condução - grande parte que possui passe livre, tendo que se valer do parco orçamento para ir ao médico, pagando passagem que seria por direito gratuita, e a maioria deles sem dinheiro mesmo para o ônibus. É humilhação demais, um desrespeito ao ser humano...

Se me provarem que as autoridades ou os grevistas estão preocupados de verdade com a comunidade que enfrenta este caos, por conta da falta do transporte, passarei a acreditar mais nos políticos e nas merecidas reivindicações (as quais concordo), mas por enquanto, só um umbigo tem sido o mais importe, e não é o dos usuários...  

Igualdade para todos os lados já! Somos todos iguais perante a Lei, concordam?


  







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