Animais mortos no litoral preocupam pesquisadores

    
     Após o alerta feito por parte da nossa leitora Juliane Lopes de Oliveira (texto anterior a este), sobre a matança criminosa de cães em Uruguaiana - publicado neste blog na quarta-feira (27), recebemos nova manifestação sobre o assunto, desta feita por parte da Coordenadora de Comunicação Social da Fundação Zoobotânica do RS (FZB), Jornalista Elisabete Monlleo Martins da Silva, dando conta de que foram encontrados animais mortos no litoral do Rio Grande do Sul entre os dias 14 e 19 de outubro, o que vem sendo investigado para definir se houve ação ilegal do homem nesta ocorrência. Leia o texto encaminhado:
     A expedição foi realizada pela pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Daniela Sanfelice, que esteve acompanhada do biólogo César Jaeger Drehmer, do Departamento de Zoologia e Genética da Universidade Federal de Pelotas, e do técnico do Museu, Tomaz Vital Aguzzoli.
     Somados os dois trechos percorridos (Balneário Pinhal à Barra da lagoa do Peixe e Bojurú aos molhes de São José do Norte) foram observadas quatro carcaças de leões-marinhos, 11 de lobos-marinhos, 39 de albatrozes/petréis, 43 cetáceos (dentre baleias e golfinhos), 93 tartarugas-marinhas e 375 pinguins.
     Segundo Daniela, muitos dos animais observados podem ter morrido por causas naturais, sobretudo os animais mais jovens, como os filhotes de lobos-marinhos, que ocasionalmente chegam já debilitados ao nosso litoral. Entretanto, foram observados muitos indivíduos com pedaços de redes no corpo, cortes simétricos, grandes e profundos, indicativos de colisão com a hélice de embarcações, e perfurações por tiro. Estes fatos sugerem uma necropsia mais detalhada de cada caso, para assegurar precisamente se as interações foram efetivamente a causa da morte dos animais encontrados ou se ocorreram após a morte.
     “O número de animais observados é efetivamente impactante, ainda que subestimado em função da metodologia aplicada, visto que o objetivo da nossa expedição não foi o monitoramento das ocorrências e encalhes, mas a coleta de material para as coleções científicas do Museu de Ciências Naturais/FZB-RS”, esclarece Daniela.
     Neste contexto cabe destacar que a freqüência de animais encontrados ao norte da Lagoa do Peixe foi muito superior à porção sul, onde o registro de redes armadas foi inferior, e a presença humana menor, comparativamente ao trecho Pinhal-Lagoa do Peixe, fato que merece uma investigação mais precisa, como análise da mortalidade acidental das tartarugas marinhas nas diferentes artes de pesca.
     Algumas instituições já vêm realizando monitoramento com este enfoque, como o GEMARS/Ceclimar, no litoral norte e o NEMA, no litoral sul, aplicando uma metodologia com padrões de ocorrência e mortalidade, considerando os fatores de sazonalidade.

Foto: Tomaz Vital Aguzzoli








Comentários

  1. A quantidade de animais mortos é apavorante. O ser humano esta destruindo tudo!

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