Afonso Motta ao centro, ladeado por Marcelo Lemos (E) Vereador eleito pelo PDT de Uruguaiana e o Jornalista David Isaias
Normalmente pensar uma cidade é se concentrar na sua realidade
urbana, habitação, saneamento, infraestrutura, educação, segurança e
mobilidade. Entretanto, é fundamental considerar também inclusão social,
sustentabilidade ambiental, cultural e a produtividade econômica como
variáveis importantes que qualificam a vida e a economia de uma
comunidade.
Estudos recentes têm demonstrado que, salvo raras exceções,
as cidades estão tendo seus problemas agravados. Entre os principais
motivos estão a fragilidade do transporte público e a proliferação dos
automóveis, aumento das ocupações inadequadas na periferia, insegurança e
precariedade no atendimento da saúde à população mais carente.
Por
isso, cabe aos governantes e a sociedade pensar as cidades e colocá-las
no centro do debate, pois é neste território e aglomerado populacional
que todas as coisas acontecem.
O certo é que ocorre um esgotamento nos
modelos de gestão tradicionais. Faltam recursos e a dimensão dos
problemas assumiu grande complexidade porque tudo é integrado e se
relaciona. Sem uma boa dose de inovação e articulação política para
conquistar recursos e investimentos é quase impossível alcançar a
prosperidade.
Ora, se toda a energia e o capital da comunidade são
destinados ao atendimento daquilo que faz parte de uma realidade
empobrecida e desigual, tem de acontecer muita coisa extraordinária para
a mudança, melhoria e desenvolvimento.
O novo mundo urbano exige
empregos, serviços que facilitem a vida das pessoas, segurança e
possibilidade de interações facilitando as relações e os laços
culturais. É neste contexto que a percepção quase que generalizada é de
ineficiência.
Os serviços públicos transmitem a sensação de que não são
eficazes. O desafio, portanto, a partir destas constatações é como
superar as deficiências e alcançar a satisfação dos cidadãos. Não temos
dúvidas de que a solução passa por uma conjugação de políticas públicas e
capacidade de geração de empregos.
A renda segura e a garantia de poder
trabalhar é o maior anseio de todos. Neste espaço é sabido que não
basta o estímulo e a indução do poder público, mas também o espírito
empreendedor de toda a sociedade, preparada para ampliar e receber
investimentos. No mais, é a incessante boa gestão dos recursos para
atender aquilo que é essencial, como segurança, saúde, educação,
transporte e meio-ambiente.
Mesmo assim,
persiste a indagação de como transformar uma cidade para alcançar os
objetivos e ser bem governada. Pode-se afirmar que é imprescindível o
processo participativo, o debate permanente sobre as prioridades,
realizações e a transparência sobre as ações de governo. Ademais, as
cidades bem governadas são as que têm um planejamento de médio e longo
prazo que viabilizam suas potencialidades.
Afonso Motta
Advogado, produtor rural e
Secretário de Estado
Secretário de Estado
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